domingo, dezembro 31, 2006

>>> Novo Ano

Essa coisa de ano novo é bacana, época em que um ano termina para começar uma nova data para você poder repassar novamente por tudo aquilo que você passou no ano passado. carnaval, aniversário, dia dos namorados, dia de reis, são cosme e damião, padroeira da sua cidade natal, final de ano (finalmente o tão esperado ano novo).

Um ano novo que na verdade não tem nada de novo, sempre a mesma história antiga de sempre de passar a 'virada do ano' de blusa, bermuda, roupas de baixo de cores diferentes, algumas trazem amor, paixão, riqueza, esperança, paz e o caralho a quatro. Se isso fosse uma verdade absoluta os gays não sofreriam tanto preconceito durante todo o resto do ano, eles carregam uma bandeira, símbolo do seu orgulho, que tem as mais variadas cores do arco-íris, e isso não faz com que o seu ano seja mais feliz que o dos outros, talvez o ânus sim, mas o ano não... (que me perdoem os gays pela piada infâme, mas não deixa de ser uma verdade, nunca uma verdade absoluta, mas mesmo assim me desculpo pela piada).

Ao contrário do natal, no ano novo geralmente as pessoas não fazem questão de passá-lo em família. Sabe como é, estamos comemorando 365 dias passados, período que a Terra demora para dar uma volta em torno de seu próprio eixo (366 dias em anos bissextos), e é isso que estamos comemorando, a volta completa da Terra. Por que não comemoramos a volta da lua? De marte? De Júpiter, Saturno e do finado Plutão? Vai lá saber, talvez porque ainda não tenha sido comprovada a existência de vida inteligente nessas outras translações planetárias... Mas isso pode mudar um dia... Quem sabe? Não sei, só espero não estar aqui para presenciar isso.

Odeio as mensagens de final de ano, definitivamente elas não foram escritas para você, provavelmente foram copiadas de algum lugar que alguém muito mais esperto que o seu remetente escreveu para outro alguém muito mais interessante que você, no caso, o destinatário. Época em que os seus amigos mais chegados enviam o mesmo e-mail para todo mundo para poupar um pouquinho de tempo. A verdade é que eu queria ser poupado dessas mensagens grupais de final de ano. Nada muito interessante para se ler, mas como no final de ano os e-mails se tornam sempre pouco interessantes, você acaba abrindo as mensagens para lê-las, até responde algumas para não parecer muito mal educado. Mas sabe como é, tudo faixada. (Não falo pelo outros, falo por mim, eu sou um outdoor ambulante, uma faixada sem fim, dependurada na avenida mais pobre e esburacada de minha grande cidade).

Eu poderia passar o ano aqui, relatando todas as minhas queixas. Parece que no final do ano tenho mais queixas à fazer do que em todos os dias juntos do ano inteiro que acabou de passar. Mas para evitar o rótulo de menino anti social(vél), vou ali colocar a cerveja para gelar e cortar o salaminho e o restante das carnes que sobraram do natal, colocar tudo em uma mesa grande para as pessoas se confraternizarem e se abraçarem, porque hoje... é o último dia do ano velho que vai se tornar novo. Hoje é o dia da faxina, o dia em que São Pedro passa um espanador só para deixar a nossa quase seca Terra com um aspecto mais novo.

Só para não parecer muito vulgar... Termino este relato da melhor forma possível...
Queridos amigos...
Feliz novo ano para todos vocês...

P.S.: Não se sintam tristes ao ler a minha mensagem de final de ano... Pois ela é única, a única mensagem que será escrita no final do ano de 2006, a próxima só em 2007. E fiquem felizes... Porque apesar de tudo... Todo final de ano é feriado.

segunda-feira, dezembro 04, 2006

::: Hábitos

Adolfo tem a mania de escrever em sua mão esquerda com BIC preta para que todos pensem que é tatuagem. Nunca escreve em sua mão direita, Adolfo não sabe como fazê-lo, é destro.

Nena tem o hábito de levantar todos os dias as 8:00 (inclusive nos feriados e finais de semana), Um misto-quente, uma fatia de presunto e duas de mussarela. Gosta de sentir o queijo puxa-puxa. Come o misto-quente enquanto bebe um copo de leite batido no liquidificador com gelo e chocolate em pó, chama isso de milkshake de pobre.

Flávia levanta todos os dias de manhã, coloca a roupa de ginástica e vai até a praia caminhar. Adora as comentários: 'Nossa, que rabo maravilhoso!! Precisa disso para começar seu dia bem disposta.

Augusto acorda todos os dias e cutuca o seu próprio umbigo, é a única pessoa do mundo que sente cócegas fazendo isso. Diria sem nenhum receio de que é a única pessoa do mundo que consegue fazer cócegas em si mesmo.

Teixeira sai para pescar todos os dias e gosta de ver o nascer do sol, não gosta dos dias chuvosos, pois nesses dias as sereias que ele pesca ficam assustadas e não aparecem por sobre as rochas.

Quinho tem a mania de esconder lágrimas por detrás do arco-íris. Acorda todos os dias nublado e termina-o em uma tempestade quente e salgada. Gosta das cores. O vermelho enxerga-o azul, e o rosa não enxerga. Gosta de rabiscar 'X' nas calçadas com pedrinhas de barro.

Gilberto tem a mania de dizer para todos que seu nome é Alberto. Já teve problemas com o polícia, e sabe que um dia alguém ainda virá atrás dele. Tem a mania de brincar de pique-esconde sozinho em seu próprio quarto.

Jota queria ser um 'i', mas começou a ficar velho demais e lhe deram uma bengala, virou 'j'. Tem a mania de brincar de transformar-se em cabo de guarda-chuva.

Gilda gosta de acordar todos os dias e beber leitinho no marido. Tem a mania de engolir sêmem, engole o de todo mundo, diz que faz bem pra pele e que é o melhor remédio contra prisão de ventre.

Hugo virou vômito e se esqueceu de contar a sua mania.

Fábio tem a mania de se fingir de morto para assustar os outros. O dia que dormiu até tarde chegaram a chamar a ambulância. Ficou chateado e desde então nunca mais se fungiu de morto, hoje em dia ele brinca de ser árvore.

Guilherme é autista e tem a mania de inventar amigos imaginários que de vez em quando existem...

quinta-feira, novembro 30, 2006

Republicando um textinho escrito em setembro de 2004, naquela época em que eu ainda gostava das coisas que eu escrevia...

||| O Grito

Não que todo mundo vá entender. Não que alguém vá entender (talvez uma pessoa entenda, e eu espero mesmo que sim). Não que tenha algo para ser entendido. Mas tenho que gritar pro mundo alguma coisa que não sei o que é, e as pessoas aqui da empresa usam gravatas; e a formalidade me constrange um pouco. Me deu vontade de gritar de felicidade. Por nada. Ou por tudo.

Os comentários que foram vinculados neste post:

Olha só... Uma moça falando de crenças. Eu creio, ele crê, nós cremos, vós crês, eles crucificam... Quer saber. Não me importa no que as pessoas crêem, o que me importa é: no que EU, Sr. R. creio. O resto que se foda pra lá. E as pessoas só desistem de ouvir, quando pessoas como você, desistem de gritar. Nada como sons passando desmilingüídos pelas cordas vocais, rasgando o esôfago e chegando estridentemente nos ouvidos alheios. ;o)

R. | 03-09-2004 20:07:30

Pra que grita se as pessoas não querem ouvir... ?! O mundo n cre em nd ...

Marysss | 03-09-2004 18:51:17
Virou notícia...

Zinhazinha era um pequeno polegar que dormia em pé em cima dos radapés, pois tinha medo de ser esmagada por pés desavisados enquanto dormia de bruços nas frestas entreabertas de chãos ainda não rejuntados.

Zinhazinha tinha um lagartixa de estimação, com a qual saia para passear todos os dias, vez ou outra saia por aí voando nas costas de baratas aladas que comiam carne crua de peixes palhaços com dentes em forma de ostra.

Pequenina, Zinhazinha tinha o hábito noturno, não gostava de caminhar por residências durante o dia, a chance de ser notada era muito maior e a idéia não a agradava por completo. Olha mãe, uma formiga gigante... Mata... Mata... (Era bem maior que uma formiga, mas era muito menor que um passarinho, portanto, a chance de ser confundida com algum inseto invertebrado era bem maior).

Tinha medo de sair na rua nos dias de chuva, as piscinas d'água que se formavam nas calçadas eram assustadoras, e nas ruas os carros esmagavam água com aqueles assustadores e negros pneus de borracha, saiam por aí fazendo chuva de verão, daquelas que vem e passa, cai e seca, chove e molha, seca, molha, seca... sol... Carros filhos da puta, pareciam ter vontade própria.

Não gostava de seu nome, foi batizada por um duende que estava escorregando pelo arco-íris que passa bem detrás da retina de recém nascidos, sim, aqueles que há pouco haviam chegado no gigantesco mundo das pessoas gigantes.
Chorou bastante no dia de seu batismo, não sabe-se se sentiu alguma dor naquele dia, mas concordo que deve ter doído um pouco. Com o tempo acabou se acostumando, chamavam-na por vários nomes, menos pelo de batismo que remetia a coisas extremamente pequenas.

Não vou entrar em grandes detalhes da vida de Zinhazinha, mas adianto que sofreu bastante neste mundo cão de insetos e parasitas que não costumavam pensar muito, na semana passada foi estuprada por um pernilongo sedento, quase morreu, a quantidade de sangue no corpo daquele pequeno polegar feminino... Chegou sorrateiramente numa tarde que quase desmaiava-anoitecendo, enfiou-lhe aquela língua esquisita, alongada por um pedaço ainda mais esquisito de beiço enrijecido, o inseto beijou-a por dentro, chegou a tocar seu coração, depois de algum tempo, sentiu-se saciado (ou assustado pelos gemidos-dolorosos-estridente-inaudíveis), e foi-se, deixando para trás uma pequenina Zinhazinha dolorido-ensopada.

Tentou encontrar novamente o pernilongo, mas nunca mais o achou, queria apresentá-lo para sua lagartixa de estimação, mas nunca mais o viu. Sorte a dele. Ou a dela, não sei bem ao certo quem teve mais sorte nesta história toda.

Atualmente mora na narina esquerda do antigo gato de botas, atualmente ele mora na praia e só usa chinelos de borracha. Todos a confundem com um cotoco de meleca, mas ela não se importa, já está fazendo amigos sinceros, como o caranguejo clá clá e a ondinha shuá, já foi flertada pelo mosquito zezé, mas sua lagartixa comeu o bichinho logo no primeiro encontro, não ficou triste, depois do pernilongo ficou com o pé atrás com esses tais insetos voadores.

sexta-feira, novembro 24, 2006

Noite de natal

- Olá, será que você poderia me passar o purê de batatas?
- Purê? Onde você está vendo purê de batatas em cima da mesa?
- Logo ali, perto do tutu de feijão.
- Tutu? Poxa vida, parece que a sua ceia vai ser melhor do que a minha, porque eu não estou enxergando nem tutu e muito menos purê em cima da mesa!
- Está logo ali, dentro daquelas tigelas redondas.
- Aquelas? Com quatro pontas cada?
- Não As de quatro pontas são quadradas ou então retangulares.
- E o que são tigelas redondas?
- Você já abriu maionese, refrigerante?
- Não! Eu tenho problemas de anemia, veja o meu físico, eu não consigo fazer muito esforço, eu não consegui abrir nenhum tipo de condimento.
- Chama este cara aí do seu lado por favor.
Um terceiro entra na conversa:
- Ei, aquele cara ali tá te chamando (disse isso apontando o dedo indica-acusador para o moço que queria purê e tutu).
- Sim!
- Amigo, será que você poderia me passar o purê?
- Claro!
Pegou uma vasilha com molho de pimenta e passou para o rapaz.
- Amigo, isso não é purê...
- É sim... isso daí é dendê, pode provar, tá arretado.
- Porra, isso era para ser uma ceia de natal, quem é que coloca dendê na mesa? Eu não quero dendê eu quero é purê, aquela coisa feita com batatas que é batida junto com leite ou água.
Cansado de tentar se fazer entender por um burro e outro surdo, levantou-se da cabeceira da mesa e foi até as tigelas redondas, trouxe uma em cada braço.
O burro:
- Ahhh isso é que são tigelas redondas? Ahhh, porque você não disse que era a tigela que era parecida com uma roda? Eu te passaria, qual das duas tigelas tem purê?
- Essa daqui ohhh, a que é mais clarinha... A mais escura é tutu de feijão.
- Ahhh, bacana, aprendi isso hoje... E isso daí é bom?
- É sim, você nunca comeu isso não?
- Não...
- Pega aí, põe no prato, experimenta...
- Quero não moço, tô aqui só pra comer a galinha...
- Galinha, que galinha?
- Poxa, moço, aquela que tá ali em cima da mesa...
- Aquilo não é galinha, é Chester...
- Poxa, mas tu é burro hein moço, sabe nem o que é galinha... Aquela ali foi minha mulher mesmo quem preparou, peguei a galinha num despacho que tava na esquila lá de casa, e como eu não sou supersticioso, pedi minha patroa pra preparar o troço pra nóis, e sabe como é, natal, nascimento de Cristo, acho que nada de mal pode acontecer a ninguém hoje.
- Eu não sou burro amigo, burro é você que não sabe o que é purê e tutu, e muito menos sabe o que é redondo ou quadrado. E eu não como esta galinha nem por decreto. Minha mulher preparou um Chester, e é ele que eu vou comer...
- O que é decre... decre... decre o que mesmo?
- Decreto.
- É isso mesmo, o que é isso aí que você disse?
- Eu não tô afim de ficar explicando as coisas para uma pessoa que acabou de dizer que eu sou burro.
Colocou o purê e o tutu no prato. O Silêncio durou algum tempo.
- Moço?
- O que é?
- Aquele troço que tu falou... Jester... É bom?
- É sim, o gosto é igual ao do frango.
- Ahhhh... E por que se chama assim? Jester?
- É Chester... Não sei, porque alguém quis chamá-lo assim...
- E esse Jester voa moço? Porque eu sei que galinha não voa.
- Eu não sei, eu nunca vi um Chester, mas acredito que não, ele é bem parecido com um frango.
- Se o senhor nunca viu um Jester como é que você sabe que ele existe? Como é que o senhor sabe que não é uma galinha que o pessoal pegou no despacho, empacotou e escreveu o nome Jester só pro pessoal achar que era Jester?
- Eu não sei te responder isso.
Neste momento entra uma senhora gorda perguntando onde estava o mexido de miúdos batidos e o guisado de mandioca sêmem de boi.
- Ohhh benzinho, acho que esse moço aqui já colocou tudo no prato dele... Ele disse que isso se chama purê e tutu... Parece que ele gosta muito disso.
Ânsia... Ânsia... Ânsia... ÂNSIA...
VÔOOOOOOOMIIIIIITTTTOOOOO.
- Aposto que tu vomitou tudo só pra sobrar mais espaço pro Jester, o senhor é esperto...
- Tá vendo aquela moça ali?
- Tô sim, aquela senhora bonita e gostosa de olhos claros? Vou te contar uma coisa, mas não espalha pra ninguém não, eu trepei com ela ainda hoje no banheiro da empregada.
- Caralho, aquela é a minha mulher...
- É... Eu não sabia, mas a sua mulher é boa hein rapaz... Você quer mesmo que eu chame ela?
- Não, deixa pra lá...
Pegou o Chester e jogou bem no meio da testa de sua futura ex-mulher...
- Cara, que máximo... Jester voa...

quinta-feira, novembro 16, 2006

A volta do desconexo

Caminhos que se bifurcam
Diante de canetas esferográficas estouradas e de mensagens metafórico-suicidas

Tênis caramelos que não se deve lamber
Caminham por entre gramíneas lodo-escorrega-(va)dias...

Caixas de som zumbindo a sobremesa da ceia natalina
Cantando a Ave-Maria cheia de graça do vosso ventre sem útero...

Tetraplégicos dançando velozmente sem movimento por entre espaços milimetricamente reduzidos.
Gozando a inércia da vida azul brilhante.

Pouca coisa para se contar,
Em muito tempo de dormência.

Tanta coisa pra contar
Em tanto tempo de dormência

Dormência difícil de esquecer
Em tanta caibrã de inocência.

quarta-feira, novembro 08, 2006


Diálogo desesperado de um ninguém sem coração

- Ei... Acorda. Você já está dormindo há algum tempo... Vamos levanta logo daí, faz a barba e vai lá pra fora tomar um pouco de sol, sua aparência está péssima, seus músculos parecem que estão se atrofiando. Será que você não vai mais acordar para o mundo?
- Argghghghghghgjhghjg (um grunhido de alguém sonolento-moribundo-dorminhoco).
- Você não está lendo mais, o que aconteceu com você cara? Nem sexo você pratica ultimamente. Você é um cara bacana, sai daí porra. Essa semana trombei com a Lailinha na rua, ela me perguntou sobre você, disse que esta com saudade.
- LailiArgghghghghghgjhghjg?
- É cara... A Lailinha, aquela morena gostosa e burra, que você tinha como musa inspiradora para as punhetas matinais.
- ArgghghghghghgjhghjgEu nãoArgghghghghghgjhghjg conheçArgghghghghghgjhghjg LaiArgghghghghghgjhghjg porArgghghghghghgjhghjg neArgghghghghghgjhghjgnhuma!!!!
- Tem um cara também que conheci há pouco tempo, ele dava valium para os peixes, ele é um cara bacana, porém sofre de sérios problemas depressivos, ele fixa cartazes oferecendo serviços de auto-ajuda para as pessoas emocionalmente desesperadas. Porém acho que o maior desesperado emocional é ele.
- Eaaarghu nauArgghghghghghgjhghjgm queArgghghghghghgjhghjgru sabver ds suaArgghghghghghgjhghjgs preferArgghghghghghgjhghjgênciaArgghghghghghgjhghjgs sexArgghghghghghgjhghjguais... Argghghghghghgjhghjg
- Que isso cara, estou só fazendo um comentário com você, não estou dizendo que trepei com alguém, deixa de ser excroto porra!!!
O primeiro porra foi dito com o tom de voz raivoso, levantou, foi até a cozinha, pegou uma caneca, abriu a geladeira, encheu-a com água gelada, voltou tranquilamente até o quarto, e despejou aquela água tranquila e lentamente em cima daquele que há muito repousava.
- Filha da puta... Como é que tu me faz uma putaria dessas? Estou aqui tranquilamente dormindo, tu invade a minha casa e me acorda com essa porra de água gelada. Seu corno sem coração, pensei que tu era meu camarada.
- Eu não sou russo e portanto me desconheço como camarada, sou teu amigo, e nada disso teria acontecido se você não tivesse feito piadinhas infâmes com relação a minha sexualidade?
- Como assim? Piadinhas com relação a sua sexualidade?
- É, você acabou de dizer que não queria saber das minhas preferências sexuais...
- Caralho, eu estava dormindo, não me lembro do que falei com você... Mas já que eu disse... Eu realmente não quero saber das suas preferências sexuais.
- Eu estava lhe contando a respeito de um cara que conheci e você já foi logo me taxando de viado e dizendo isso... assim, de uma forma tão... tão...
- Tão o que?
- Sonolenta e desatenciosa!
- Porra... Mas você é viado...
- Sim, mas foi a forma como você disse!
- Depois deste copo d'água que você me 'ofereceu' eu acho que você é a bicha mais sem coração que eu conheço.
E já com a voz embargada-chorosa, continua-se o diálogo.
- É mas você não precisava ter dito as coisas dessa maneira?
- Caralho eu estava dormindo, e pára de chorar... eu não suporto ver homens chorando. Mulher ainda vai, mulher é tudo fresca e sensível, mas homem não...
- Mas eu sou sensível cara... E você ainda diz que eu não tenho coração. Todo homem como eu tem coração... Muito mais do que qualquer outra pessoa... (já com lágrimas rolando pela face magra).
- Caralho... Vem cá, me dá um abraço. Pára de chorar... (Jamais pensei que eu fosse acalentar o choro de um amigo pederasta. Aposto que minha mãe ficaria decepcionada se visse um troço desses).
- É que você é o melhor amigo que eu tenho, sabia? Você está dormindo há tanto tempo que resolvi vir até aqui dar um jeito nisso.
- Cara, engole o choro e cala a boca antes que eu te dê um chute no cu para você sair correndo.

E no final do dia 'tatuaram' na parede azulejada de branco do banheiro.

'Quanto mais se dorme, mais sono se tem. Você jamais precisará de despertador se tiver amigos gays'.

Duas semanas depois um deles apareceu no noticiário matinal, um corpo encontrado no córrego da cidade, sem camisa, só com uma calça jeans desbotada e dois buracos em cada costela, não era tiro... A polícia não soube dizer qual foi o motivo do crime.

A verdade é que ninguém nunca soube o que aconteceu com o coração do jovem, engolido pela dor que o destroçou lentamente... Ao lado do corpo um bilhete que seria enviado para o filho que ainda não nasceu. Apesar da estranheza, ninguém sabia no que este alguém acreditava... A verdade é que para todos, ele nunca existiu.

quarta-feira, setembro 06, 2006

Embebido em álcool

Todo mundo acha um absurdo beber na segunda-feira. Acho bacana. Os bares não estão cheios e geralmente as pessoas que frequentam os bares são alcóolatras veteranos. Não que eu ache bonito ver pessoas bebendo ao som de risadas espalhafatosas. Pelo menos eles não tem o hábito de jogar truco. Acho dificílimo conversar quando existem alcóolatras dando risadas espalhafatosas e jogando truco na mesa ao lado, conversar ao som dos tapões nas mesas de plástico amarelo... SEIS LADRÃO!!! - Não é muito agradável.

É bom reecontrar os amigos que há muito não se vê... Ainda mais quando ele está começando a se transformar em uma samambaia gigante, com um ninho de guacho começando a se formar na moleira e com algumas orquídeas começando a germinar por debaixo dos cabelos encaracolados (não, meu amigo não se chama Valderrama). Esse meu amigo é invocado, anda em um carro prata que mastiga dedos de pessoas desavisadas, e que no final da noite gosta de dar cocão em cabeças que estão com os neurônios um pouco embriagados.

Após uma longa jornada em um caixa bancário a semana começou bem. Todo mundo diz que a semana começa no domingo, mas definitivamente a semana começa na segunda, sem dúvida que começa, domingo nem conta como dia útil, por que a semana deveria começar no domingo? Minha semana começa na segunda. Na terça a boca fica um pouco ressecada, mas é por isso que a empresa deixa um filtro disponível para os funcionários, para molhar a goela seca, se fosse só para matar a sede ela deixava uma geladeira com cerveja a disposição dos empregados, mas acredito que desta forma o serviço não iria render muito. Mas vá lá, eu não sou patrão de ninguém e não tenho que me preocupar com isso.

Esse meu colega é um filho da puta. Na verdade ele havia até se esquecido do meu nome.
- Aqui você mudou de telefone?
- Eu??? Eu não. Como assim?
- É que eu recebi uma mensagem sua avisando que você tinha trocado de número?
- Cara, eu??? Como assim?
- É tá aqui... Rodrigo... Mudei meu nº para...
- Velho, eu não chamo Rodrigo...
(Eu não disse isso, mas poderia ter dito). Mas essa coisa a gente deixa pra lá, porque esquecer o nome dos outros até que é normal, minha mãe as vezes me chama pelo nome do meus outros irmãos, já me chamou pelo nome da minha irmã também, não que eu seja afeminado, porque eu sou macho e agressivo (tudo bem, isso pode ser considerado uma ironia), e eu nunca comecei a achar que a minha mãe havia se esquecido de que ela tinha um filho à mais do que os nomes que ela estava chamando... Vai mãe... Puxa pela memória... Vai lá no fundo... Eu sou oooo... Oooo... Nessa hora eu comecei a ficar preocupado, mas no fim das contas ela disse o meu nome correto. Pestanejou um pouco, ma acabou dizendo.

Pois é, a vida tem dessas coisas, mas no final a gente bebe é para esquecer de tudo isto, e para na próxima semana beber de novo e achar que o mundo ainda gira em torno do nosso próprio pescoço.

segunda-feira, julho 03, 2006

::: Minhas lamentações guiam meu choro contido

Meu complexo por falar embolado continua... Os deboches me deixam assim, cabisbaixo e entristecido... E andam dizendo por aí que venho criando supostos emails para puxar papo com quem eu vejo quase todos os dias, venho me enchendo porque ela tem medo de morrer, venho me queixando porque eu não posso ficar estressado, eu tenho que ser sempre, um poço de calma e compreensão... Isso é o que ando ouvindo ultimamente...

E onde ficam minhas angústias?
Minhas dores não me doem o peito?
Minhas rugas e galhos nascem e crescem menos que os dos outros?
Que se fodam as pessoas que me (des)conhecem por completo...

E passou-se um ano, e passou-se dois anos, e os dois estranhos continuaram para sempre... Estranhos e alheios um ao outro...

O que você queria por escrito está aqui: "VAI TOMAR NO CU!".

domingo, julho 02, 2006

::: post and script

Minhas incertezas me guiam para uma segunda azul-gelada...
Correndo contra o tempo que não tenho... E as histórias que ainda não escrevi...
Com os pés descalços rachados pela secura do solo... Não frutifiquei nesta estação morta que amanhece todas os dias... Calada e escaldada em um líquido esbranquiçado e viscoso...

Enquanto o teclado faz sons gostosos 'preu' ouvir... no outro cômodo, alguém se depila com um barbeador elétrico estridente...

Sem mais por hoje...
Esperando que as meias coloridas sequem antes do amanhecer...

segunda-feira, maio 01, 2006

::: O gigantesco olhar de uma menina pequena

Olá minha pequena, é difícil pra mim, que não sei transformar os sentimentos em palavras, explicar a saudade que sinto de você.
Saudade do sorriso,
Saudade do olhar bobo de menina apaixonada, olhar que as vezes se torna inocente, e outras vezes, é cruel e impiedoso.
Vontade de você.
Vontade de sentir os teus cabelos fazendo cócegas em meu nariz.
Vontade de acordar durante a noite com esse teu cheiro de menina-mulher exalando desejo.

Dizem que a semana tem poucos dias, e o dia na verdade tem poucas horas. Até mesmo eu pensava assim, dizendo que o tempo passa depressa e que quando a gente menos esperar, nos veremos novamente. Mas a questão não é o pouco tempo que falta para que a gente se veja, a questão é pouco tempo que tenho para me deliciar com o teu sorriso, o pouco tempo que tenho para me esbaldar em sua voz gostosa, pouco tempo para ouvir as tuas verdades, mesmo que elas não sejam absolutas (ainda bem).

Suas incertezas me fazer ter a certeza de que eu quero, que eu te quero, ao meu lado, à minha frente, atrás de mim, para me guiar pro nada, para ficar deitado descobrindo trechos mórbidos da minha existência quase infantil. Te quero, mesmo quando você não precisar de mim, mesmo quando você não me quiser mais. Te quero.

Talvez eu seja um verdadeiro bosta. Que não vai a sua casa, que não sai de casa, que fica preocupado e que faz pouco para que essas preocupações se acalmem indo de encontro à você.

Sou um bosta, é verdade, mais inseguro do que qualquer um que você possa ter conhecido.

Também não sei se tenho algo para lhe dar, mesmo que o que eu tenha para te dar seja pouco, no final das contas, espero que o pouco seja muito.

Saudade de você pequena.
De cada pedacinho seu.
Te adoro...
Todos os dias.

segunda-feira, abril 17, 2006

A invisível arte de desdizer as coisas

- Digo as coisas e parece que tudo o que eu te falo é somente um monte de palavras sem efeito e sem forma, algo que tanto faz se eu disser ou deixar de dizer.
- É, acho que é mais ou menos por aí.
- Mas o que eu digo pra você é verdadeiro, é sincero. (E aqui as lágrimas começam).
- Pára de chorar, tá chorando por quê? Estamos aqui conversando numa boa e você começa a chorar, pra que isso? (A vontade era de dar um tapa na bunda da pessoa em questão e mandá-la engolir o choro, da mesma forma que mamãe fazia quando se irritava com as minhas manhas e choros sem motivo - Dava um tapa com as havaianas (me lembro da marca, porque ela ficava escrita na minha bunda quando mamãe batia em mim, no solado de borracha vinha escrito (de fábrica), HAVAIANAS AS LEGÍTIMAS. Depois disso falava em tom histérico: 'Engole o choro menino!').
- Eu tô chorando porque você não acredita em mim, como eu te disse, parece que tudo o que eu te falo é somente um amontoado de palavras sem sentido, parece que tudo o que eu te falo é da boca pra fora, por que você não acredita em mim?
- Eu não disse que não acredito em você, disse somente que o que você diz pode realmente não fazer muito sentido para mim. (Como será que uma pessoa pode pensar que chorar e ter esse tipo de diálogo vai resolver alguma coisa? Se você desconfia de algo ou alguém? Você iria achar que essa pessoa não esta fazendo sacanagem somente porque ela está ali, aos prantos na sua frente?).
- Você gosta de mim?
- Claro que gosto benzinho, sei lá, as vezes eu sou um idiota mesmo, pára de chorar que eu não gosto de vê-la chorando. (Sempre me rendo as lágrimas femininas, mamãe diz que eu tenho o coração mole, eu continuo não acreditando em um monte de coisas, mas tem horas que duvidar demais atrapalha as coisas).
E ela me deu uma lambida no braço com a língua molhada neste exato momento...
- Caralho mulher, a gente está aqui discutindo, você chorando, e ainda me dá uma lambida no braço? Você só pensa em sexo? Você é ninfomaníaca?
- Você é uma estúpido mesmo, sabia? Aqui pra você, óhhh (disse isso me mostrando o seu dedo médio).
Homero já devia saber dessas coisas, pensar antes de falar deve ser um dom memorável. O problema é que isso não está escrito em nenhum manual de boas maneiras e muito menos em algum livro filosófico sobre como se portar diante da pessoa com quem você se relaciona. Um dia, quanto eu for expert no assunto, talvez eu faça um destes manuais. O foda é que... Manuais nunca funcionam, o meu aspirador de pó não chupa... (o pó) quando este está embebido em água, mas no manual diz que, aspira tanto pó quanto água. É um troço estranho, mas que com o tempo a gente vai aprendendo a não interpretar ao pé da letra...

Éfe-i-ene.

segunda-feira, março 06, 2006


Para Aninha:

O cheiro da chuva me abre o apetite, enquanto mastigo guimbas e sonhos perdidos, envoltos em bílis e têmporas de baiacus borrachudamente anêmicos. Você se dá ao desfrute de me chamar de veado simplesmente porque eu gosto de passear com minha mochila cor-de-rosa pelas ruas cimentas de nublados cor de sol. Sua voz me aporrinha como trovões em dia de tempestade seca. Seu ego me machuca muito mais do que as chibatadas que você costuma me dar durante nossas noites divertidas de sexo selvagem. Meu grito abafado por teus dedos largos. Ecos.

Quantos dedos de meus pés são necessários para chutar a porta que guarda seus ouvidos? Um coração com dedos e unhas que arranham as paredes do meu intestino. Lhe agradeço pelos segundos de afeto e resguardo. Pelas vontades e verdades que me foram cuspidas. Mas estou lhe escrevendo para dizer que não posso mais continuar com essa babaquice. Não gosto de você. Achava seus pés sexis, mas depois que as frieiras começaram a aparecer não mais posso continuar com essa farsa.

Obrigado e adeus,
Com amor,

Chiquinho Horta.

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Um hálito de música
Um sopro de sono e a garantia de que o dia termina da mesma maneira que começa: ESCURO!
Um gole d'água cor-de-rosa
Uma pílula inodora, incolor e insípida.
GELO: Do olhar que repreende
CALOR: Do interior molhado que acalma a secura do sorriso desdentado.
LUZ: Da cegueira que me guia em passadas curtas à pequenos trechos (estreitos) de boa vontade.
Um hálito de sopro
Um sono de música
Que sempre termina da mesma maneira que começa...
MUDA.

quarta-feira, janeiro 25, 2006


Porque a vida é um amontoado de poesias mal escritas, guimbas que nascem no céu desesperado do amargor despreocupado, de quem um dia... nasceu grande pra se acabar pequeno...

quarta-feira, janeiro 18, 2006


A curta Estória que queria ser grande

Era uma vez uma Estória, que começava com: 'Era uma vez' e terminava com: 'E viveram felizes para sempre'. Mas o que a historinha queria mesmo é deixar de lado essa viadagem de contos de fadas pra poder enfim, crescer. Na verdade, a pequena Estória queria mesmo é ser enredo de novela das oito, cheia de lágrimas e dramas intermináveis, que o autor vai prolongando de acordo com a aceitação do público.

O céu eram risos intermináveis, ela queria é que o céu fossem lágrimas ácidas que lhe cortassem a carne, para que ela pudesse enfim, chorar.

Pequenas Estórias sempre se repetem na vitrola que toca disquinhos infantis, mas o sonho dela era ser narrada no rádio por algum locutor de voz doce, alguém que ao lê-la fizesse com que as senhoras de respeito molhassem as calcinhas e que suassem frio, deixando que florescesse todo aquele desejo tímido que as fizeram crer de que sexo deveria ser feito só para fins de procriação.

Mas a pequena Estória morreu com a censura. Alguém achou que no trecho em que o personagem principal aos 5 anos de idade ia ao bosque de mãos dadas com sua amiga de idade igual, ou inferior a sua, era algo que remetia à: 'ovelhas desgarradas que são levadas publicamente ao facismo por mãos amigas'. E até ontem ela se encontrava lá, arquivada em um arquivo público com a tarja: CENSURADO! E a pequena Estória foi encontrada há pouco tempo atrás, queimada com arquivos da ditadura em uma base militar do exército do seu país.

E para aqueles que não botavam fé na pequena Estória, ela não cresceu... Mas fez crescer, pois virou adubo orgânico, e árvores e folhas sussuram seu nome...

FIM.


BLEEEERRRRGGGGHHHHH

segunda-feira, janeiro 09, 2006


Banzo e escoliose, olfato e paladar aguçados

Vindo pro trabalho, depois de passar uma noite em claro, sem pregar as pálpebras por um minuto sequer. Nada de sono. Pois bem, vinha eu caminhando tranquila e sonolentamente em busca do ócio. Engraçada essa coisa, busca-se o ócio no local de trabalho. Aqui é assim, tudo ao contrário, alguém com uma mente bem mais brilhante que a minha talvez gostasse desse tipo de coisa pra inventar uma fabulosa história de ficção, vai lá saber...

Pois bem, mas voltando ao meu sonolento trajeto, estava eu ali, caminhando tranquilamente, quando me veio à mente trechos de um livro do Moacyr Scliar que eu havia lido no dia anterior a noite não dormida, e me vi dentro dessa história, a única diferença é que ao invés de Benjamim, eu continuava sendo eu, o que, na pior das hipóteses, poderia dar a esse texto, o contexto de tragédia grega (isso deveria soar engraçado, mas quando não se dorme o dia fica péssimo para piadinhas infames), e ao invés de desbravar as redondezas da Europa antes da segunda guerra, eu não tinha saído sequer do bairro onde eu trabalhava, uma observação simples, que nada deve alterar o curso dessa historinha medíocre. E ao invés de encontrar com meu amor platônico, ao invés de ser comunista, ao invés de conversar com Kafka, ao invés de ter Trotski como ídolo, eu simplesmente tinha a intenção de observar, nada mais que observar. A verdade é que se fosse eu quem escrevesse a história, ela seria monótona e sem cunhos emotivos aparentes. A única coisa que pude fazer ao desbravar o 'bairro da labuta', foi observar as coisas minunciosamente com dois de meus cinco sentidos (até que os médicos me digam o contrário, falta de massa encefálica deve ser uma perda enorme, talvez os sentidos nem sintam tanta falta dela assim, talvez seja por isso que eu não sinto muito bem o cheiro das coisas, com certeza deve ser culpa da falta de massa encefálica).

Caminhava eu e meus dois sentidos (os únicos que realmente utilizei nessa 'desbravata' - olfato e visão), e percebi que o 'bairro da labuta', apesar de ser um dos mais luxuosos locais da minha pequena roça iluminada, vulgo, capital de Minas, é um dos lugares mais porcos pra se viver, minha aventura se deu por base da bomba química que fui sujeito a aguentar, pois alguma coisa realmente fedia muito, tampei as narinas com a gola da minha blusa e fui, seguindo em frente com a minha missão (só mais tarde percebi que a tal bomba química vinha de dentro de mim mesmo). Quando eu achei que tudo correria tranquilamente dali em diante, que realmente seria fácil chegar finalmente ao local desejado, me deparo com um monte de bosta de cachorro, com certeza aquilo deveria ser um cachorro gigante, um cachorriulius rex, cuja forma e tamanho ainda me é desconhecido, mas prometo voltar aqui para contar após algumas pesquisas por parte da minha parceira de codinome 'google' (alguns de vocês com certeza já devem conhecê-la, bastante eficiente a mocinha), pelo tamanho do escremento, imagino que o cachorro devia ser um pouco maior que um cavalo, ou uma égua (o sexo com certeza não deve influenciar muito no tamanho do animal, mas é melhor não falar bobagem antes de ter certeza), pois bem, reescrevo a linha de cima, o bichano, de sexo ainda indefinido, com certeza deveria ser enorme, e aquilo, com certeza me deixou apreensivo, o mais intrigante é que a cada passo que eu dava, via uma pequena quantidade de bosta a me perseguir, e descobri que os cachorrinhos das pessoas da mais alta estirpe, defecavam/cagavam por toda a área que meus pés decidiam pisotear.

Enfim, depois dessa nojenta e repugnante missão, cheguei ao meu local de trabalho, bem mais desperto do que antes, pois o sono dera lugar, a algum tipo de êxtase matinal, talvez fosse o cheiro do cocô gigante que tivesse me despertado. Imaginei agora comigo, se utilizam guaraná em pó pra dar vigor físico, porque não comercializar cheiro ruim de bosta de cachorro gigante? Você pode inalar, simples, óbvio, inalar, nada de ficar misturando alguma coisa com água para dar origem a uma mistura com gosto de terra e que te deixa 'acesso', você pode utilizá-la em sua forma bruta, sendo desnecessária a lapidação. Pois é, pensei nisso, eu realmente estava pensando nessa coisa de abrir meu próprio negócio, de me tornar o homem do ano na capa da revista 'Fortune'!!! Meus amigos, podem esperar, aguardem notíciar minhas... Até mais ver!

sexta-feira, janeiro 06, 2006



Sexta-feia

Sérios problemas pra levantar o corpo da cama quando a chuva encobre a luz do dia, vontade nenhuma de erguer o corpo magricela da superfície horizontal, a ordem do dia é: VEGETAR!

Impossível, querem sempre uma vida mais produtiva, rotina: ônibus lotado, pessoas molhadas com cheiro esquisito, janelas completamente fechadas, FALTA DE AR.

A vitamina que tomei na parte da manhã não sustenta as três bocas do meu estômago, barulhos estranhos, regurgitações.

No trabalho, alcatrão e nicotina no interior do pulmão enquanto um delicioso copo d'água é saboreado.

Conversas esquizofrênicas com a minha cosciência, e a sensação de que a palavra do dia com certeza era a melhor pedida desde o começo do dia: VEGETAR - pelo menos hoje, sexta-feia de verão, cinza, chuvosa, horrenda... Socorro: Haaaaaaahhhhh!

quinta-feira, janeiro 05, 2006


As malditas torradas e a pança

Daqueles dias frios em que se come sopa afogadas em torradinhas feitas com rodelas de pão fracês fatiado, levemente salpicado com manteiga antes de ir ao forno, geralmente, come-se um ou, no máximo, dois pães por dia, mas quando mamãe faz essas malditas torradas, come-se um mundarel de pão com manteiga sem nem se perceber, e lá se vai o quarto paozinho da noite. E a pança agradece, você realmente acha o gosto daquilo tudo muito bom, crocante, apetitoso, mas que merda, você não entende porque seu estômago começa a recusar mais um pedacinho de pão. 'VAmos lá barriga, só mais esse pedacinho, tão pequenininho, mastiga pança, mastiga'.

A partir de agora, quando me olho no espelho, começo a ficar pensativo, caralho, eu sempre disse que não ia me transformar em um daqueles velhotes sebentos com barrigas enormes, pois é, a barriga já tá aparecendo... Quem sabe o sebo não chegue nas festividades do próximo ano? E viva a comida... Quem discorda... Compra soro na farmácia... E bon appétit, mon ami...

::: Quem quiser algo mais digerível!!!!