quarta-feira, setembro 06, 2006

Embebido em álcool

Todo mundo acha um absurdo beber na segunda-feira. Acho bacana. Os bares não estão cheios e geralmente as pessoas que frequentam os bares são alcóolatras veteranos. Não que eu ache bonito ver pessoas bebendo ao som de risadas espalhafatosas. Pelo menos eles não tem o hábito de jogar truco. Acho dificílimo conversar quando existem alcóolatras dando risadas espalhafatosas e jogando truco na mesa ao lado, conversar ao som dos tapões nas mesas de plástico amarelo... SEIS LADRÃO!!! - Não é muito agradável.

É bom reecontrar os amigos que há muito não se vê... Ainda mais quando ele está começando a se transformar em uma samambaia gigante, com um ninho de guacho começando a se formar na moleira e com algumas orquídeas começando a germinar por debaixo dos cabelos encaracolados (não, meu amigo não se chama Valderrama). Esse meu amigo é invocado, anda em um carro prata que mastiga dedos de pessoas desavisadas, e que no final da noite gosta de dar cocão em cabeças que estão com os neurônios um pouco embriagados.

Após uma longa jornada em um caixa bancário a semana começou bem. Todo mundo diz que a semana começa no domingo, mas definitivamente a semana começa na segunda, sem dúvida que começa, domingo nem conta como dia útil, por que a semana deveria começar no domingo? Minha semana começa na segunda. Na terça a boca fica um pouco ressecada, mas é por isso que a empresa deixa um filtro disponível para os funcionários, para molhar a goela seca, se fosse só para matar a sede ela deixava uma geladeira com cerveja a disposição dos empregados, mas acredito que desta forma o serviço não iria render muito. Mas vá lá, eu não sou patrão de ninguém e não tenho que me preocupar com isso.

Esse meu colega é um filho da puta. Na verdade ele havia até se esquecido do meu nome.
- Aqui você mudou de telefone?
- Eu??? Eu não. Como assim?
- É que eu recebi uma mensagem sua avisando que você tinha trocado de número?
- Cara, eu??? Como assim?
- É tá aqui... Rodrigo... Mudei meu nº para...
- Velho, eu não chamo Rodrigo...
(Eu não disse isso, mas poderia ter dito). Mas essa coisa a gente deixa pra lá, porque esquecer o nome dos outros até que é normal, minha mãe as vezes me chama pelo nome do meus outros irmãos, já me chamou pelo nome da minha irmã também, não que eu seja afeminado, porque eu sou macho e agressivo (tudo bem, isso pode ser considerado uma ironia), e eu nunca comecei a achar que a minha mãe havia se esquecido de que ela tinha um filho à mais do que os nomes que ela estava chamando... Vai mãe... Puxa pela memória... Vai lá no fundo... Eu sou oooo... Oooo... Nessa hora eu comecei a ficar preocupado, mas no fim das contas ela disse o meu nome correto. Pestanejou um pouco, ma acabou dizendo.

Pois é, a vida tem dessas coisas, mas no final a gente bebe é para esquecer de tudo isto, e para na próxima semana beber de novo e achar que o mundo ainda gira em torno do nosso próprio pescoço.