terça-feira, agosto 21, 2007


Que Bosta


Não sei escrever
Tudo que escrevo
Ninguém quer ler
Que bosta
Não há sentido
Se há algo importante
Não sou eu quem digo
Que bosta
Nem rola emoção
Se escrevo o que penso
Me acham um bobão
Que bosta
Eu nunca penso
Idéias fantásticas
Escarradas no lenço
Que bosta
Te quebro com um taco
Poema maldito
Já encheu o saco
Que bosta
Que bosta

segunda-feira, agosto 20, 2007


::: Será??? - Mas e se não fosse assim? Sei não, que tal começarmos colocando fodas no título? Um bom começo??? Não sei, mas a verdade é que o título ficou grande demais para ser um título, mas quem se importa, a verdade é que poucos irão passar daqui... Então é melhor sintetizar tudo no título... Ou não... Sei lá... Vai se foder pra lá...

Tenho uma vontade doida de passar a mão na barriguinha do seu 'Ó', fico maluco de tesão só de pensar em passar as minhas pequenas mãozinhas nas perninhas do seu 'p', 'q' ou afins... Me alegro e me entristeço ao ler-te.

Nos últimos dias notei que tem um monte de gente que lê outrém imaginando como é a pessoa por detrás das letras, os gostos, os desejos, anseios e o caralho a quatro, tudo pra tentar decifrar como outrém se deforma por debaixo dos versos.

Um conselho, não tente fazer isso, se você gostar de ler o que outrém escreve, esqueça, não tente uma aproximação, esqueça orkut, MSN, ICQ, Skype, SMS, telefone etc... Você irá detestar descobrir que seu(ua) escritor(a) favorita é feio(a). Sem sombra de dúvidas você irá perder o interesse pela literatura que, neste caso, deveria ser a única coisa importante.

Levante o bracinho do seu 'd' e me mostre as axilas sequinhas e cheirosas. Mostre-me as tetinhas do seu 'B' (maiúsculo, porque 'b' minúsculo só tem pança e nada de tetinhas). Me desfaça 'y' torto e desajustado no teu alfabeto e me transforme em 'L', perfeito, formando 90 graus de uma sinfonia quase desafinada.

Não se esqueça da sua bengala '?' - nem do consolo '!' - não se esqueça das bolinhas de gude '.' - e muito menos do esforço torto de tentar sem diretamente-torto ','...

Se esqueça da imagem, do que é ou do que era para ser...

É muito melhor imaginar do que descobrir a realidade nua e crua da beleza que deveria existir mas se esqueceu mesmo foi de nascer...

Portanto nobre colega, esqueça deixe o 'quem' de lado. Ser autista é muito melhor e a beleza se torna muita mais interessante/incessante em sua vida quando você deixa de se preocupar com ela. E com certeza, você há de se tornar uma pessoa melhor e bem mais feliz por causa disso...

P.S.: Ou não... Vai lá saber o que é verdade ou mentira nessa joça...

terça-feira, agosto 07, 2007

::: Firmina

Cabritinha nova e macia, cheia de manias e meiguices tolas de menina moça começando a desabrochar e virar vadia.
Gosta de vestidos de seda e de perfumes com cheiro de orvalho. A maquilagem tem que ser suave, não gosta de tons roxos ou escuros demais por sobre as pálpebras. Batons vermelhos chamam a atenção demais, prefere os de coloração mais 'transparente'. Gosta de sandálias baixas, mas à noite prefere o salto alto. Acha que salto ajuda a deixar a bundinha mais bonita e atraente. Talvez seja coisa de menina...

Amiga de Patrícia e inimiga de Felícia. As rixas são naturais, acredita que isto tempera a vida... A tal da emoção... O que seria da vida se não precisasse se preocupasse em atingir sua inimiga? O que seria da vida se ela (a vida) fosse somente curtição com a(s) amiga(s)?

Firmina era virgem mas se achava experiente demais só porque chupou o pau do filho do seu Ziza, que era o padeiro do bairro. O filho do seu Ziza se chamava Onofre, e tinha apenas 12 anos. Onofre trocou meia dúzia de pães, quatro litros de leite e duas paçocas pelo fenomenal boquete de Firmina. A verdade é que ele nem era tão fenomenal assim, pois foi o primeiro boquete que Firmina fizera na vida, porém, também foi o primeiro boquete que Onofre recebera na vida, talvez realmente tenha sido fenomenal. - Não dá pra saber, estou somente contando a história, é complicado descrever tudo em detalhes.

É certo que Firmina maquiou um pouco a história, na versão dela ela havia feito isso com um empreendedor, um homem bem mais velho e que sabia tratar muito bem uma mulher. Mas enfim, ninguém além de Onofre sabia da história, então não tinha como desmentirem a versão de Firmina. E tanto fazia, porque ela nunca havia desmentido que havia chupado um pau, somente havia mentido sobre o dono do pau... E tanto faz, porque todo mundo sabia que ela já tinha pagado um boquete.

Patrícia tinha grande apreço pela amiga, achava tudo o que Firmina fazia simplesmente demais. As duas queriam ser irmãs, mas como não foi possível que isso ocorresse biológica e naturalmente, forçaram um pacto de sangue-cuspe-beijo-dedinho-no-cu para representarem esta irmandade bonita.

Patrícia era bonita, alguns diziam que era até mais bonita que Firmina, porém, sofria de baixa estima, e isso a fazia, com certeza, menos interessante que a amiga. Patrícia nunca tinha pagado boquete para o filho do padeiro, mas já tinha enfiado um nabo no rabo para saber qual era a sensação. E por incrível que pareça, gostou da sensação de sentir o nabo enfiado no cu enquanto acariciava o grelho com os dedinhos. Nunca havia contado esta experiência para ninguém, nem mesmo para a amiga. Vê se pode, o que Firmina ia pensar se soubesse que a amiga saia por aí enviando hortifrutigranjeiros no rabo? Acha que se contasse isso para a amiga, Firmina nunca mais deixaria que sua mãe chamasse Patrícia para ver como estava maravilhosa a sua horta que crescia no fundo do quintal.

A inimiga de Firmina e conseqüentemente, de Patrícia, tornou-se inimiga simplesmente porque havia soltado um boato por aí dizendo que as meninas tinham um caso e que eram lésbicas. Quando o boato começou a circular pela cidade, fudeu tudo, já viu como é boato em cidade pequena, cresce que nem chuchu na cerca, maior porcaria que tem.

E para se vingarem, Firmina e Patrícia inventaram que Felícia havia sido molestada pelo bode Tomé. A cidade ficou em polvorosa, uma pobre menina deflorada por um bode, onde já se viu uma coisa dessas? O boato custou a vida do bode. Mas pelo menos a carne estava boa.

...Parênteses - comida e literatura não combinam muito bem, eu parei de escrever para fazer um lanchinho e quando voltei, nada, minha história simplesmente havia acabado, não conseguia pensar num desfecho, e eis que veio a brilhante idéia de deixar pra escrever o final depois, mas aí eu fiquei pensando e matutando e mesmo tendo a brilhante idéia de deixar para amanhã ou para seiláquando o que eu poderia fazer hoje, eu resolvi, mais uma vez me contrariar e terminar o texto hoje mesmo, portanto, se o final não prestar, escrevam um melhor vocês mesmos, vocês devem ter alguma idéia brilhante, com certeza muito mais do que a minha - Fecha parênteses...

F-I-M:
Patrícia e Firmina fizeram 19, deram o primeiro beijo (uma na outra) na festa de São Roque da Serra (padroeiro da cidade). Fugiram para Las Vegas de Jequitibá (cidade das redondezas) e atualmente trabalham em uma lanchonete servindo as mesas. Patrícia gosta de ser molestada. Firmina não. Patrícia já trepou com vários fregueses no banheiro da lanchonete, enquanto Firmina simplesmente serve mesas e bebe os drinques que alguns clientes pagam. O último drinque foi pago por Padre João (o Padre da sua antiga cidade)...

Felícia continuou na cidade, não foi para Las Vegas de Jequitibá. Aos 19 cedeu o rabinho para o Padre João, pois ele não queria engravidar a menina. Felícia descobriu que Padre João é o maior evangelizador de 'cus' que ela já conhecera. Já comeu o cu de todo mundo (todo mundo = a cidade inteira). Menos o de Firmina... Pois ela se mudara antes que ele pudesse mostrar à ela o caminho da luz...

No mês passado Padre João resolveu se transferir para a paróquia de La Madresita Del Cassino Rey, na província de Las Vegas de Jequitibá... Estaria Padre João agindo de caso pensado? Porque se transferira justamente para a cidade da perdição, a cidade onde o último Padre havia sido confundido com o boneco Judas e foi Malhado e queimado no 'Sábado de Aleluia'? Estaria Padre João atrás do último cu de sua coleção?

Não sei... Não tive mais notícias depois disso, tive que parar para trabalhar e não mais tive tempo de escrever... E também não recebi cartas com notícias fresquinhas dos últimos fatos ocorridos na cidade... Mas talvez algum dia ele (Padre João) resolva escrever um livro sobre suas estórias e catequizações. Até lá... Aguardamos notícias...