terça-feira, junho 21, 2005


E um dia... Fomos...
Eu consegui me formar... Que me desculpem os caros colegas, foi inevitável, comecei o texto da forma mais egoísta possível, vamos refazer o começo. Conseguimos nos formar, conseguimos realizar um grande sonho. Grande sonho para alguns, para outros simplesmente, conseguimos um diploma. Mas o mais importante não é o papel que agora levamos conosco para acrescentá-lo ao nosso currículo. Prefiro analisar o curso de uma maneira diferente. Prefiro analisá-lo pelo lado humano. Pelo lado emocional. Pelo que de fato eu levo comigo por todo meu resto de vida. Fiz poucos amigos, muitos conhecidos, mas gostei de muita gente... Tenho certeza que algumas pessoas verei sempre que possível, outras, simplesmente seguirão suas vidas, seus caminhos, seus sonhos, alguns incrementarão mais ainda seus currículos, outros darão um jeito de lecionar e enriquecer o intelecto de jovens e adultos. Ainda não sei em qual dessas hipóteses eu me encaixo, mas o importante não é saber se me encaixo em algum lugar, o importante é saber que estarei em algum lugar, perto de piadas, perto de sorrisos, perto de abraços, perto dos meus amigos, as outras pessoas serão felizes com seus amigos, mas não mais farão parte do meu dia-a-dia, isso não é de todo ruim, o importante é se deixar levar pelo vento, se deixar levar pelas folhas de papel, deixar as histórias já escritas de lado e começar a escrever a nossa história.

E por mais utópico que isso possa parecer, por mais que queiramos que essa nossa amizade prossiga, persista, ela vai se enfraquecer, os laços se afrouxarão, as nuvens ficaram nubladas alguns dias... Mas a gente segue, compramos um guarda-chuva, compramos um par de galochas e continuamos seguindo... Sempre em frente... Não porque queremos nos esquecer dos nossos amigos, mas o tempo e a distância nos levam pra caminhos diferentes... Analiso as coisas pelo meu lado, não sou vidente e não encaro os fatos como verdades absolutas, se você tiver uma 'analise' melhor pra fazer, aproveita enquanto isso daqui ainda não está registrado em cartório...

Mas vivemos tempos absurdos. Tempos em que as distâncias e seus sistemas métricos se confundem. Há pessoas que vejo pouco, apesar de morarem na minha própria cidade... Algumas na mesma rua. E há pessoas que não reconheço mais. À distância nos deforma, o tempo nos retoma. Nunca seremos as mesmas pessoas se tivermos esse desejo de querermos ser melhores... E sempre queremos melhorar.

E é justamente nestes tempos absurdos, que as saudades absurdas (re)aparecem. Esquecemos com facilidade laços que sempre julgamos próximos do eterno e arrastamos amores passados em nossos umbigos. Repetimos as mesmas atitudes dos livros que lemos e dos filmes que assistimos. Não inventamos nossas próprias loucuras. Procuramos encenar que a distância não nos modifica. E, vai ver, não modifica mesmo. É só o mundo que inclina alguns poucos graus num sistema métrico preponderante, e nos tira do nosso eixo.

Não sei como será daqui para frente... Mas foi bom o convívio nesses quatro anos... Levo comigo boas lembranças, alguns beijos, levo comigo sonhos de alguém, levo comigo desejos de outrem, levo comigo palavras inesquecíveis, levo comigo textos bons de se ler e reler, levo comigo em minha mochila surrada pra poder me lembrar que um dia estive com muitas pessoas que me fizeram ser um pouquinho do que sou hoje e não me entristeço... Porque... As levo comigo...

E é nessas horas que eu adoro cantar alto... Bem, e que se fodam os ofendidos.

domingo, junho 19, 2005

19 de junho de 2005

Eu me formei. Agora tenho tempo para ler meus livros por prazer e não porque algum professor filha da puta me mandou lê-lo. Acabei de ler alguma coisa do Rubem Fonseca, definitivamente Fonseca é um cara FODA. FO-DA! Bufo e Spallanzani é um livro gostoso de ler, daqueles romances policiais que te prendem do início ao fim, sem ficar monótono no meio e que te deixam estupefado com o final. Rubem é foda, eu gostaria de convidá-lo para uma xícara de café, ou para uma cervejinha quem sabe, mas essas coisas a gente não faz, a gente simplesmente se deixa estar em alguma mesa de bar com mais um exemplar de mais uma brilhante história de um daqueles escritores que a gente gostaria de ter sempre ao lado da cabeceira da cama.

E vamos para o próximo livro, porque o tempo não nos espera, e o domingo nos consome em sua programação de domingo estéril. Para que livros se podemos ouvir música sertaneja misturada com forró e saber que na próxima semana aquela maldita dupla se apresenta na sua cidade e troca ingressos por alimentos para matar a fome de algumas pessoas carentes. Quanto a isso tenho que dizer que sou insensível, porque livros não saciam a fome.