segunda-feira, março 06, 2006


Para Aninha:

O cheiro da chuva me abre o apetite, enquanto mastigo guimbas e sonhos perdidos, envoltos em bílis e têmporas de baiacus borrachudamente anêmicos. Você se dá ao desfrute de me chamar de veado simplesmente porque eu gosto de passear com minha mochila cor-de-rosa pelas ruas cimentas de nublados cor de sol. Sua voz me aporrinha como trovões em dia de tempestade seca. Seu ego me machuca muito mais do que as chibatadas que você costuma me dar durante nossas noites divertidas de sexo selvagem. Meu grito abafado por teus dedos largos. Ecos.

Quantos dedos de meus pés são necessários para chutar a porta que guarda seus ouvidos? Um coração com dedos e unhas que arranham as paredes do meu intestino. Lhe agradeço pelos segundos de afeto e resguardo. Pelas vontades e verdades que me foram cuspidas. Mas estou lhe escrevendo para dizer que não posso mais continuar com essa babaquice. Não gosto de você. Achava seus pés sexis, mas depois que as frieiras começaram a aparecer não mais posso continuar com essa farsa.

Obrigado e adeus,
Com amor,

Chiquinho Horta.