segunda-feira, novembro 17, 2008

Pequena menina grande

Qual é o tamanho do coração que você guarda dentro do seu peito?
O que falar para acalentar seus desmazelos e suas pífias observações sobre o que já se foi, ou sobre o que ainda está por vir?
Gosto-te ao meu modo, sem rodeios ou palavras bonitas, sem flores ou chocolates recheados com licor!

Seus medos, meus medos, nossos medos! É o que nos aproxima, é o que nos mantém distantes um do outro. É o que nos leva pra incerteza, é o que nos aproxima de uma solidão larga...

Não posso te privar/guardar dos medos, pequena! Não posso acalmar seu coração com palavras doces e com sentimentos que um dia ao de se transformar em pegadas num caminho incerto! A vida é assim, um ponto de interrogação onde somos exclamações tentando fazer o que achamos que é certo o que achamos que realmente vale à pena.

Não quero lhe privar das amarguras, da tristeza, da solidão que se esconde dentro de nós mesmos. Não posso lhe carregar em minhas mãos o tempo todo, não posso, não quero, não vou! Pois seus lindos e pequeninos pés podem caminhar sozinhos, em passadas pequenas, mas que te levarão justamente praquele lugar, justamente ali, onde você quis chegar.

Pra onde você quer ir moça? Por onde você quer seguir? Não posso dizer, “não vá por aí”, e muito menos dizer que vou contigo quando fizer suas escolhas! Mas não tenha medo de seguir, não tenha medo de arriscar, jogue suas fichas, blefe quando achar necessário. Sinta-se à vontade para não esperar que as pessoas participem dos seus sonhos. Caminhe! Sempre em frente!

Confesso e não posso negar que meu coração se enche como um balão, quase explodindo no peito quando te vejo sorrindo, quando acordo nestas noites quentes e vejo a linda curvatura da sua coluna vertebral, seus ombros em perfeita simetria com as costas!

Quero-te ao meu modo, sonho com seus cabelos, com seu olhar safado de menina mulher, com seu rostinho delicado, com sua cara assustada, sua face tristonha!

Não tenho muito a oferecer, mas ofereço-te um céu de baunilha no fim de cada tarde, um travesseiro para acalmar suas madeixas, um sorriso para acalmar suas incertezas. Ofereço-te meus dedos para relaxar seus ombros e um copo de café para acordar-te pelas manhãs. Uma cara amassada para provar que a noite foi boa e bem dormida ao seu lado. Que tal ovos mexidos com um copo de suco de laranja no café da manhã? Que tal uma broa de fubá e um café com leite morninho nos dias frios? Que tal árvores espalhadas pela varanda? Que tal vasinhos de pimenteira na janela?

Ofereço-te a mim, como sou, para o bem e para o mal, ranzinza quando quero, despreocupado quando preciso. Não quero que você seja o que não pode ser. Não quero que sinta o que não pode e não quer sentir. Não quero.

E no meio desse emaranhado de incertezas minha pequena, não posso lhe oferecer um “para sempre”! Mas prometo-te um agora! Um agora que pode ser pouco para o momento, mas que é muito mais do que um amanhã incerto, que sequer poderá chegar a nascer!

Amo-te! Gosto-te! Ao meu modo! Da maneira que você “me trouxe” você! Da maneira que você se fez! Menina! Mulher!

Agora! Amanhã! Talvez!