domingo, maio 22, 2005



Sentir o gosto dos meus cigarros enquanto olho pro céu. Vislumbrar um conhecido que eu desconheço, que mesmo próximo é tão distante. Longe do toque dos meus dedos...
O gosto do guaraná molhando minha sede e me deixando estático...

Observando o que eu vejo mas não tenho, porque é grande demais pra eu poder abraçar... Tão azul, onde vejo vez ou outra aeroplanos rasgando sua imensidão com um estrondoso som, como se estivesse avisando que os céus já tem dono. Mas eles não tem dono, não pertencem a ninguém, tudo ali é livre, tudo é belo... É finito porque se desconhece a verdade do infinito.

A fumacinha nociva e nojenta dos cigarros começam pequeninas, vão crescendo e tomando forma de nada, se encontrando com o desconhecido e sendo abraçadas pela imensidão disforme azulada...

Que as estrelas que me perseguem durante a noite, me deixem dormir tranquilo... Que algumas nuvens que serão passageiras a vida inteira se estacionem na janela do meu quarto por alguns anos e que não me deixem mais sozinho... Que eu seja eu sempre que possível, que a imensidão azul me consuma... E me abrace... Com sua deformidade sem braços... Com seu sorriso desdentado... Com seus sonhos e pesadelos nublados... E que me leve pra onde quiser... Junto com os ventos que sopram do sul...