terça-feira, julho 01, 2008

Um monólogo entre ele e si mesmo

Ela não sabe qual é a cor das coisas... Não sabe qual é a angústia do seu dia, qual é a cor do teu céu... Qual é a boca que te alimenta... Não sabe qual é a roupa que melhor lhe cabe... Nem a felicidade que te espera... Não sabe a quantidade de sorrisos que ficaram guardados, nem a quantidade de coisas que se adormeceram, não sabe...

Ela aprendeu a esperar mais dela mesma, o que é muito bom... Pra ela... Aprendeu a contar sem dedos, aprendeu a adormecer sem travesseiro, a dormir no vazio e a guardar-se no frio. Aprendeu... Aprendeu...

Aprendeu que desejar boa noite é coisa de gente débil, que lisonjeios são coisa pra fracos e que pessoas são brotos de si mesmas e não de um aglomerado de nós dois.

Aprendeu que aprender leva mais tempo que o necessário, e que palavras são só palavras quando soltas ao vento. Senta, espera... Não... Tenho que ir ali, acolá, a qualquer lugar. Depois a gente se vê, se fala, se toca, se congela.

Aprendeu que não se deve esperar...

- Ei, sabe qual é a novidade?
- ...!
- Ei, você tá aí?
- ...
- Ei, você tá fazendo o quê? Tá ocupada?
- ...
- Quando chegar me avisa!
- ...
- ...
- ...
- ...
Off...
- Te mandei um SMS, mas pelo visto ele não foi entregue!
- Sim, parece que não... Mas um dia ele chega... Pode esperar que ele chega...

Palavras são só um amontoado de coisas, que nem sempre fazem sentido... Mas no momento, elas são tudo o que tenho agora...

Até mais ver.