domingo, novembro 28, 2004

nada como estar em casa depois de ter passado o ano todo lá na terra das mulheres que gemem em francês. é sexy ouví-las gemendo no seu ouvido, acordar com elas se esfregando no seu caralho.

aí tu volta pra casa pra rever seus pais, e eu agora acordo com o telefone tocando, com o cachorro latindo, com meus pais gritando.

acho que todo mundo já tinha ouvido falar em rinha de galos, mas pela primeira vez na vida eu vi uma rinha de irmãos. meus entes queridos se estapeando na sala de música. acabou com um nariz sangrando. e lá (em paris) eles me perguntam porque foi que eu saí de casa pra criar raízes ali, do outro lado do oceano. não me resta nada a dizer, só que eu moro com um monte de psicóticos, minha mãe é uma vaca, meu pai é um senhor de negócios, eu tenho irmãos escrotos, um é uma bicha não afrescalhada, o outro é um adolescente chato pra caralho, mas com certeza eu não vou ficar falando isso pra qualquer um, eu não vou falar isso, o que me resta? abaixar a cabeça e dizer... eu não sei, eu não sei.

mas é isso daí... família normal é pra gente estranha... o bom mesmo é viver em um mundo particular de seres do mesmo sangue que se diferem pelo simples fato de inexistir... e aqui estamos... com saudade do que a gente deixa pra trás... e com vontade de dormir até o dia 25.