Na quadra onde os paralelepípedos são dobraduras de papel marchê e os sonhos são pedaços desleixados de minha infância reticente... Será que uma cidade caberia inteira dentro da minha quadra?
sexta-feira, abril 29, 2005
Em etapas a gente vai terminando o que não se começou.
Começando a lentos passos percausos de poesias mal escritas.
Fumando vidas que cheiram à colônia barata e que beijam lentas as faces da minha hipocrisia.
Querer, desejar, aumentar, em paradisíacas viagens o que não se começou.
Pólvora que deixa a vida acesa e entope sua circulação com dejetos tortos de substâncias nocivas a sua saúde.
Me queira por favor, só essa noite, na festa que não termina, nos sonhos que a gente ensina ninguém a querer sonhar. Soando em solas grossas em mãos calejadas de tanto se esbaldar. A vida é feita de mim, a vida é feita de você. Você não existe, portanto, a vida é ali, onde mora o desejo, onde o acalanto vem e te cospe na cara, onde a poesia se transforma e morre de desnutrição.
Venha, me dê a mão, chupe a minha língua...
E me queira... Pelo menos por essa noite.