terça-feira, novembro 30, 2004

A TRAGI-COMÉDIA PESSIMISTA DAS HORAS

A vida é feita em atos. Do trágico ao cômico em questão de segundos. Processo que pode ser notado nos movimentos lentos de uma tartaruga. Um processo lento de degradação.

Envelhecer não dói, não arranca pedaço, não deixa sequelas. Mas envelhecer entristece. Os movimentos do corpo vão ficando preguiçosos, o caração cada vez mais cadenciado. E o tempo, que antes andava devagar, agora apressa seu passo. As horas se vão, os dias caminham chorosos, lamentos metálicos no canto dos rouxinóis.

A vida é feita de vazios. O que se ganha e o que se perde quando o tempo se acaba?

Os ídolos da juventude se tornam lembranças esquecidas em mãos que se parecem com papel de pão.

Sufoca o respiro

Alegreia o que já foi.

Envelhecer requer tempo, mas ele não espera. Ele simplesmente bate a última badalada e diz que seu tempo terminou, ele nunca pára. SEM TEMPO. E só se percebe quando já foi. Quando o dia entardece, quando o sorriso desaparece.

Lágrimas da vitória que não veio.

A vida degradante... Envelhecer...

Quando acontecer se esquece de tentar, quando mãos deixam de acenar, quando voz emudece.
E aí, já era.
O agora virou anteontem na memória dos que ainda irão nascer. E o círculo vicioso dos atos ganha forma...

E agora eles o chamam de... o imutável... DESTINO.